31 março, 2005

Chafurdo

Houve um tempo que o crime no Piauí era organizado, havia toda uma hierarquia, com chefe e tudo o que uma organização tem direito. Neste tempo os índices de violência no Piauí eram os menores do País, assaltos eram raros e seqüestros, só no eixo Rio-SP; ocasionalmente acontecia um furto de galinha, mas era pra matar a fome de um ninguém qualquer e a polícia até tinha um bom conceito perante a população.

Depois de anos de investigação, em 1999, a Polícia prendeu os chefes e acusou outro tanto, o Piauí estava na mídia nacional ocupando o lugar nobre na programação jornalística; estava desmantelada a organização criminosa no Piauí. Desde então os índices de violência no Estado só têm aumentado, difícil encontrar alguém que ainda não tenha sido assaltada, seqüestros ficaram tão comuns quanto no sul do País. A população defende-se como pode, pois a Polícia já não tem o mesmo conceito, a maioria das vítimas nem denunciam os crimes, primeiro porque ela só soluciona crimes que tenham sido cometido contra os ricos e poderosos; os bandidos cada vez mais audaciosos obrigam até as pessoas a venderem seus bens pra receber o roubo em espécie. Uma ou duas vezes ao ano, aparece com toda propaganda do mundo os candidatos a Wyait Earp, todos prometem acabar com a violência na Tobstone piauiense, e, não precisa dizer, que todos saem sem cumprir o que prometeram. O Estado gasta mais com um presidiário do que com uma pessoa honesta; que ainda é obrigada a pagar através de impostos, para manter os bandidos que não são ricos e poderosos, na cadeia.

A desorganização do crime não resolveu o problema da violência, pelo menos no Piauí, e criou um vácuo de poder que foi ocupado por uma criminalidade desorganizada e eficiente. Vários casos cometidos pelos mesmos meliantes, com o mesmo modo operante, não são solucionados pelos órgãos competentes, pois se a Justiça é cega, parece que a polícia também é, porque não consegue resolver o que os bandidos conseguiam.

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