21 agosto, 2007

Danou-se

No dia 16 de agosto o presidente da Philips, sr. Paulo Zottolo, falou durante entrevista ao jornal "Valor Econômico", que ao apoiar o movimento "Cansei", desejava remexer no "marasmo cívico" do Brasil, e afirmou: "Não se pode pensar que o país é um Piauí, no sentido de que tanto faz quanto tanto fez. Se o Piauí deixar de existir ninguém vai ficar chateado". A população piauiênse, maestrada pela imprensa local juntamente com os políticos que aproveitaram para fazerem uma demagogiazinha e mostrarem-se como os defensores do estado, ofenderam-se profundamente, o governador do estado, repudiou a declaração de Zottolo através de carta, nela, o governador lembra que o Piauí é um grande produtor de oxigênio, graças a preservação da mata siliar. Philips é palavrão nestas terras, existe um movimento que pretende deixar de comercializar a marca, o senador JVC, filho do dono de uma das maiores lojas de eletrodomésticos, ordenou a retirada dos produtos desta marca das prateleiras.
Zottolo foi mau compreendido, divulgaram uma frase solta de uma entrevista, o que possibilita o equívocos na compreensão perfeita da mensagem pretendida pelo autor do discurso e como é do conhecimento de qualquer profissional da Comunicação, é necessário contextualizar qualquer discurso para que sua análise possa ser realizada, apenas uma frase não é o bastante para a compreensão completa de um texto discursivo.
Outro aspecto que ninguém abordou, foi a liberdade de expressão que todos os cidadãos possuem em um regime democrático, garantido pela Constituição de 1988, mesmo que ele acredite que o Piauí não importa a ninguém, ele tem todo o direito de expressar a sua opinião.
Já no dia 20 do mesmo mês o Portal AZ publicou a seguinte notícia: "Resposta do senador Mão Santa (PMDB) durante entrevista ao jornalista Rubens Valente, da Folha de São Paulo, que tratava do emprego de parentes nos gabinetes do Senado. O parnaibano emprega a mulher Adalgisa Moraes, e chegou a empregar uma filha, já afastada.
Mão Santa: "Tu é contra a família? Eu não sou. Tu já ouviu falar em Jesus, Maria e José? Deus não pegou o Filho e desgarrou. Botou numa família". Danou-se! Até agora não ví ninguém revoltar-se com esta declaração, isto sim é que é deboche, por que além da sua conduta imoral, ele justifica seu delito tomando o nome de Deus em vão, pecado, segundo o terceiro mandamento, ou seja, ele desrespeitou a lei dos homens e a lei de Deus, não que eu acredite nas leis de Deus, mas um povo tão religioso como o piauiense, deveria indignar-se quando um dos seus representantes no Senado, comete uma blasfêmia destas.
Enquanto o piauiênse não se respeitar e continuar votando nos homens que tornaram este estado no mais pobre desta rica nação sempre seremos motivo de deboches e chacotas.

15 agosto, 2007

As placas não fiscalizam

É triste ver homens adultos, com formação superior e posição social invejável, em frente a uma placa de proibição do uso de cigarros e assemelhados, fumando descaradamente, como se não fossem conscientes da proibição. Os nossos governantes acreditam que a fixação de placas é medida suficiente para coibir o uso de tabaco em ambientes fechados, como determina a Lei Federal 9.294/96, que proíbe o consumo do cigarro neste locais.
O fato é que a fumaça do tabaco queimado contém centenas de toxinas, muitas delas comprovadamente cancerígenas e isto não é segredo para ninguém; quem fuma deveria ser consciente dos males que este vicio trás. O governo faz campanhas educativas sobre este assunto em todas as mídias, inclusive nas embalagens dos cigarros. Mas não é somente os fumantes que se prejudicam, as pessoas que inalam a fumaça, mesmo que involuntariamente, estão se intoxicando do mesmo jeito. A Lei que proíbe o consumo de cigarros em ambientes fechados, como restaurantes, ônibus e aviões, além determinar a fixação de placas informativas sobre a proibição, também prevê pena de multa para os estabelecimentos que a desrespeitarem. Como não existe fiscalização, dos órgão públicos, os fumantes que já não tem nenhum respeito pelo seu corpo, não vão respeitar apenas uma placa informativa, nós, os não-fumantes é que temos que tomar a atitude fiscalizadora e denunciadora, visto que é nosso direito não respirar ar contaminado com fumaça de cigarros. Mas quando alguém reclama, ainda é rotulado de antipático, intolerante e arrogante, como se o direito fosse o deles de contaminar o ar com sua fumaça venenosa. A estes eu respondo que sou arrogante sim, pois o verbo arrogar significa tomar pra si, e eu tomo para mim a fiscalização que o governo é incompetente para faze-lo, tendo em vista que estou preservando não só a minha saúde, mas a de todos que convivem comigo.
A tristeza que sinto, é a de ver que a educação não é suficiente para conscientizar a sociedade, como tenho acreditado, pessoas educadas não são pessoas conscientes necessariamente. Mas tudo começa assim, nas pequenas infrações cotidianas, aparentemente ingênuas e inofensivas, como furar uma fila, fumar em local proibido, pegar uma contra-mão, parar em fila dupla e terminam nos escândalos políticos, pois a política é um reflexo da sociedade.

Quem sou eu