É fato que a violência em Teresina atingiu níveis insuportáveis, mas os órgãos competentes só tomam providência quando algum rico ou poderoso é a vítima, quem assiste os programas policiais sabe que os pobres vivem constantemente rodeados pela violência e na maioria das vezes é vítima dela, mas a providência só é tomada quando alguém é a vítima, porque os ninguéns parecem não serem cidadãos.
No mês de agosto deste ano um jovem de vinte e poucos anos foi vítima de homicídio quando deixava sua namorada em casa, na zona nobre da cidade, este jovem se chamava Jaime Segundo e era filho de um Juiz muito influente; na mesma semana o Sr. secretário de segurança Dr. Robert Rios determinou através de portaria que os estabelecimentos noturnos deveriam encerrar suas atividades pontualmente às duas horas da manhã, segundo ele, a violência era fruto da vida noturna e dos abusos da bebida alcoólica, durante o primeiro mês de vigência da citada portaria os jovens se manifestaram contra, porém os índices de violência caíram e a comemoração foi geral. No último fim de semana (25 e 26/11) os citados índices aumentaram de maneira significativa, em percentuais chegaram a 35% este número é referente à 168 ocorrências policiais em dois dias, o comandante da policia, Coronel Prado, deu entrevista aos meios de comunicação na qual ele culpa os boatos que o toque de recolher iria acabar, por isto, aumento no número de ocorrências.
Esta portaria é a mais perfeita confissão de incompetência das autoridades policiais, incapazes de estabelecer ações eficazes no combate ao crime, escondem a população nas suas residências porque não tem competência para garantir a segurança pública, função pela qual eles recebem salário. A responsabilidade do aumento dos crimes é a estratégia inadequada para combater a violência, pois esta deveria ser combatida com o policiamento ostensivo, fiscalização dos motoristas alcoolizados e dos limites de velocidade, a investigação dos crimes; encontrando e prendendo seus autores, detendo os bandidos e identificando as áreas violentas da cidade para desenvolver ações educativas a fim de prevenir futuras ocorrências, ou então, espalhar um boato de que a polícia vai trabalhar, ou seja, fará tudo que é da sua competência, difícil é o povo acreditar.
