22 abril, 2005

Vaticano Show

Depois do Atentado ao World Trade Center, o acontecimento de maior repercussão, foi sem dúvida o funeral do Papa João Paulo II, sucessor de João Paulo I, Carol Woytilla, um polonês que viveu sua na sua adolecência e juventude as duas Guerras Mundiais e viu seu País ser tomado pelo comunismo quando União Soviética e Estados Unidos dividiram a Europa e começaram a Guerra Fria.
Na doutrina comunista, o Estado é proprietário de todos os bens e serviços que se encontre dentro do seu território, por isto, todos os bens da Igreja Católica que estavam em territórios de cujos Estados foram declarados comunistas, foram estatizados. A população teve negado o direito a uma religião e os católicos foram perseguidos; era declarado criminoso quem praticasse rito religioso de qualquer espécie. É neste cenário que em 1978, foi eleito Papa, um cardeal da Polônia que era comunista. Sabe-se hoje que a principal missão do jovem papa, era combater o regime comunista no mundo e, assim reaver os bens e seguidores que havia perdido nestes países. Em 1998, caiu o Muro de Berlin, símbolo da Guerra Fria, e com ele, o fim do comunismo em quase todos os países, restando hoje somente Cuba, Coréia do Norte e China. O Comunismo chegaria ao fim, pelo menos como era praticado, independentemente de quem sentasse no trono do Vaticano, pois o modo de produção nestes países era baseado no trabalho humano e totalmente descompromissado com a eficiência. A mecanização dos meios de produção, adotada nos países capitalistas era condenado pela doutrina operária, ao ponto de uma fábrica de máquinas fotográficas necessitar de 2.500 pessoas para produzir uma máquina em 2 dias de trabalho. A China é o país que cresce às taxas mais alta no mundo inteiro, graças a reformas implementadas durante a década de 90, que modernizou seus meios de produção e permitiu a instalação de empresas estrangeiras em seu território. Já Cuba e Coréia do Norte amargam com os menores índices de crescimento e são a maior expressão da decadência.
Reality Show, foi o que vimos nestas duas últimas semanas, desde a morte de João Paulo II. Primeiro veio a doença, acompahada de perto pelos fanáticos que rezavam diuturnamente pelo seu reestabelecimento, depois a morte, já anunicada pela sua saúde frágil e 84 anos de vida e então o mundo caiu em prantos, aí veio o luxuoso funeral, onde milhares de pessoas lutavam para ver um cadáver embalsamado, o enterro transmitido para todo o planeta teve recordes de audiência. E, finalmente, o conclave onde seria escolhido o novo papa; neste reality show havia 2 paredões por dia e o seu resultado anunciado com sinal de fumaça, como faziam os homens das cavernas. Todas as atenções do Mundo voltaram-se para a chaminé instalada na Capela Cistina, de onde sairia a fumaça que anunciaria o resultado do "paredão", sendo preta a fumaça, é porque não houve concenso, sendo branca, estaria ocupado novamente o trono do Vaticano. Para a tristeza das televisões e outros meios de comunicação, o conclave não foi tão longo quanto o funeral.
Agora é hora de sorrir e festejar, o Cardeal Joseph Ratzinger, alemão, ex-integrante da Juventude Nazista durante a II Guerra Munidal, teólogo, professor de Filosofia, chefe da Congregação para Doutrina da Fé, movimento católico que se opunha a Teoria da Libertação, liderada pelo ex-padre brasileiro Leonardo Boff, foi eleito, agora ele chama-se Papa Bento XVI. Enquanto a Teoria da Libertação prega o engajamento da Igreja nos problemas sociais, a Congregação para Doutrina da Fé é um movimento que visa única e excluisvamente, ocupar a cabeça dos fieis com ilusões místicas, fazendo-os esquecerem-se da realidade, pois quanto mais ignorante mais fiel é o mundo.

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